O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) quer ajudar as pessoas a reconhecerem situações de violência praticada contra idosos. Para tanto, apresentou, durante o seminário Direitos Humanos da Pessoa Idosa, algumas iniciativas visando o enfrentamento a todas as formas de violência contra esse público.
Segundo o secretário nacional de Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, o tema é bastante preocupante para o governo federal, que nesse primeiro momento busca dar informações sobre as várias formas de violência que afetam as pessoas idosas.
Violências contra idosos podem ter diferentes facetas.Acordo de cooperação vai fomentar ações em defesa dos idosos.Etarismo dificulta inserção de maiores de 50 anos no mercado .“Queremos trazer para a superfície situações que às vezes são confundidas com excesso de zelo ou amor excessivo, mas que no fundo se trata de mais uma violência. São as microagressões diárias, como a de ser referir à pessoa idosa com um nome que ela não quer; ou de impedi-la de manusear o dinheiro da forma como ela queira”, disse o secretário.
Alexandre Silva explicou que atitudes violentas e injustas incluem também “ofensas e olhares em diversos espaços onde corpos grisalhos e envelhecidos não são bem-vindos”, e que, para esclarecer essas situações, a secretaria tem feito uma série de eventos, que vão de campanhas e publicações à retomada de em plano nacional voltado ao enfrentamento a esse tipo de violência.
Os eventos a que se refere Alexandre da Silva incluem o lançamento de um vídeo contendo ações educativas e as primeiras análises de dados feitas pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos sobre denúncias e violações contra a pessoa idosa.
“A violência está em vários espaços”, disse o secretário, ao reforçar que o material pretende possibilitar que “saibamos mais e conheçamos mais quais são os tipos de violência, e para pensarmos as melhores formas de enfrentamento”.
Outro ponto destacado por Alexandre Silva é a retomada e atualização do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa. “Esse plano é bastante importante porque ele chama vários atores sociais para que participem dessa construção e enfrentem essa violência”.
Lançado em 2004, o plano previa ações conjuntas de diversas pastas governamentais para combater a violência e os maus-tratos contra os idosos, assim como garantir os direitos das pessoas com 60 anos de idade ou mais.
O plano apresentava eixos de atuação, como construção do protagonismo do idoso; ações específicas de promoção e prevenção de enfrentamento à violência e maus tratos; melhoria da rede de atendimento e atenção à pessoa idosa; e ações específicas de combate à impunidade.
O secretário informou que assinou, nesta semana, um acordo de cooperação técnica com Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) para capacitação de agentes e para incentivo à criação das pastas de Direitos Humanos nos municípios.
Esse acordo, segundo ele, “é o começo das nossas ações, pensando de fato que os direitos humanos das pessoas idosas precisam estar presentes e serem percebidas lá no território onde as pessoas idosas residem”.
O secretário disse que foi também assinado um protocolo de intenções com o Instituto Auschwitz para prevenção do genocídio e atrocidades massivas.
“Lançamos, ainda, um cordel sobre violência contra pessoa idosa e um guia para uma comunicação responsável sobre a pessoa idosa. Esse material é uma forma de a gente mostrar para todas as pessoas como construir uma comunicação positiva, falando da pessoa idosa”, disse.
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