A acadêmica e escritora Cleonice Berardinelli morreu na terça-feira (31), aos 106 anos, no Hospital Samaritano, na zona sul do Rio de Janeiro, vítima de insuficiência respiratória. Cleonice foi eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 2009, sucedendo Antônio Olinto, e era considerada uma das maiores especialistas do mundo em literatura portuguesa, sobretudo da obra de Fernando Pessoa.
Ela era a sexta ocupante da cadeira nº 8 e a acadêmica mais longeva da instituição. O velório será hoje (1º) das 11h às 15h, no Petit Trianon, na ABL. A cremação será amanhã (2) com cerimônia somente para família. Também será realizada uma sessão da saudade na academia em homenagem à autora.
Cleonice era licenciada em Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1938), doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (1959) e livre-docente de Literatura Portuguesa por concurso pela Faculdade Nacional de Filosofia (1959).
Foi professora emérita da UFRJ e da PUC- Rio e também deu aulas na Universidade Católica de Petrópolis, Instituto Rio Branco e foi professora convidada pelas Universidades da Califórnia, campus Santa Barbara (1985) e de Lisboa (1987 e 1989).
É autora de obras como “Antologia do Teatro de Gil Vicente” (1971), “Fernando Pessoa. Obras em prosa” (1975) e “Sonetos de Camões” (1980). A acadêmica foi homenageada no cinema em documentários como “O vento lá fora”, em que ela e a cantora Maria Bethânia leem Fernando Pessoa diante de uma plateia de convidados, e “Cleo”, em que apresenta poemas recitados de cor.
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