A Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (URRWA) alertou que o combustível sob controle da entidade deve acabar na noite desta quarta-feira (25), caso não seja permitida a entrada do insumo por meio de ajuda humanitária.
Até o momento, não foi autorizada a entrada de combustível no enclave palestino. As autoridades israelenses alegam que há combustível em Gaza sob controle do Hamas e não permitem a entrada do produto. Já representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que – sem combustível – não poderá ter ajuda humanitária na região.
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Hamas diz ter libertado duas reféns na Faixa de Gaza.Secretário-geral da ONU nega ter justificado ataque do Hamas a Israel.Israel rebate crítica do secretário-geral da ONU sobre guerra .“A URRWA, de longe o maior fornecedor humanitário em Gaza, alertou que, a menos que o combustível seja autorizado a entrar em Gaza imediatamente, a agência será forçada a interromper todas as operações”, afirmou o Escritório para Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
O diretor da UNRWA em Gaza, Thomas White, afirmou, em entrevista à CNN [Cable News Network], que, sem combustível, as pessoas em Gaza não terão acesso à água potável, os hospitais ficarão sem funcionar e toda operação de ajuda irá diminuir. “Precisamos encontrar uma solução para o combustível, caso contrário nossa operação de ajuda será interrompida”, destacou.
Casas abandonadas
A Agência da ONU para Refugiados Palestinos abriga 600 mil pessoas em Gaza – dessas, 1,4 milhão precisaram abandonar suas casas. “Desde 11 de outubro, Gaza tem estado sob um apagão total de eletricidade, tornando os hospitais e as instalações de abastecimento de água dependentes de geradores de reserva alimentados á combustível”, alertou o OCHA.
A UNRWA utiliza combustível para o transporte de pessoas e mercadorias e para os equipamentos de dessalinização de água do mar nos abrigos, usados para tornar a água potável. Dos três equipamentos de dessalinização da Agência da ONU, apenas uma estava funcionando com 7% da capacidade na cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza.
O combustível também é utilizado pelas padarias que fornecem pão para a população. “A escassez de combustível é o principal obstáculo que impede essas padarias de satisfazer a procura local de pão fresco, colocando-as em risco de fechamento. As padarias estão em dificuldades, com longas filas se formando antes do amanhecer”, informou o OCHA.
O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, afirmou que há bastante combustível armazenado em Gaza e que o Hamas tem combustível para “alimentar sua máquina de guerra contra Israel”. Em nota, a Embaixada de Israel no Brasil informou que hospitais e diversas instituições em Gaza usam energia solar para funcionar.
“O Hamas possui numerosos reservatórios que estão amplamente espalhados pela Faixa de Gaza e possuem uma capacidade de combustível maior que a capacidade de abastecer as instalações vitais da Faixa de Gaza. Os chefes dos institutos de Gaza têm relatado um abastecimento de combustível restante apenas para 24 horas desde o início da guerra, e ainda assim continuaram a operar até hoje”, afirmou nota oficial do governo israelense.