A estudante Allana Silvia Gadêlha e sua equipe, do Núcleo Avançado de Ensino (NAVE) do Recife, classificaram-se em segundo lugar na Olimpíada Pernambucana de Aplicativos (OPA) deste ano com o aplicativo Clepher, destinado a familiares de idosos. Allana participa nesta quarta-feira (4) da primeira edição do Decola, evento gratuito que será realizado na Biblioteca Parque Estadual, região central do Rio de Janeiro, a partir das 10h. Na ocasião, estudantes do NAVE do Pernambuco e do Rio de Janeiro apresentarão seus projetos de tecnologia.
O Clepher foi desenvolvido a partir de uma pesquisa de campo feita pelos alunos do NAVE do Recife por meio de formulários distribuídos à população. O aplicativo permite que familiares possam, do seu trabalho, fazer o monitoramento mais eficiente da saúde do idoso, por intermédio de um software acessível e de fácil utilização. Entre outras funcionalidades, o Clepher permite, por exemplo, verificar a distância a agenda do idoso, se ele tomou o remédio na hora certa, se tem consulta médica, como estão sua pressão e batimentos cardíacos. O aplicativo tem dois perfis de acesso, sendo um para o familiar e outro para o idoso. A diferença, conforme Allana explicou à Agência Brasil, é que no perfil do idoso há um botão de emergência. “Basta ele clicar que liga com a emergência mais próxima”, destacou a estudante.
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Estudantes do ensino médio terão bolsa para permanecer na escola.Redes de ensino buscam caminhos para uso de tecnologia nas escolas.Allana Silvia está no NAVE Recife desde 2021 e pretende fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano para concorrer a uma vaga do curso de design, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Nutrição
O NAVE Rio de Janeiro estará representado no Decola, entre outros projetos, pelo aplicativo Life Fit, cuja função é monitorar todos os alimentos ingeridos por uma pessoa durante o dia. Um dos integrantes da equipe, formada por dois programadores e dois designers, Samuel Araújo, informou que o projeto, embora ainda não esteja 100% desenvolvido, “tem um protótipo ótimo”. A partir do perfil criado pelo usuário, com suas características e objetivos, o aplicativo pode criar uma dieta voltada ao que se pretende atingir, como emagrecimento, recomposição corporal ou ganho de massa muscular. “Por lá, você já vai ter uma dieta baseada nisso”, destacou Samuel. A ideia da equipe, no futuro, é interligar o Life Fit a alguma clínica de nutricionistas. “Digamos que um nutricionista passe uma dieta restrita para uma pessoa. Ela pode usar o aplicativo para monitorar a sua dieta e o mesmo acontece com o nutricionista. Pode ser utilizado pelos dois.”
Falta agora montar o banco de dados, ou biblioteca de alimentos, que vai exigir mais tempo da equipe, uma vez que terão de ser colocadas as variações dos alimentos, apontou Samuel Araújo. O aplicativo terá uma aba para que a própria pessoa que o utilizar coloque itens adicionais na lista. Samuel pretende fazer o Enem em 2024 para nutrição ou educação física. “Meu interesse real é em nutrição esportiva”, disse.
NAVE
O NAVE é um programa de ensino do Instituto Oi Futuro, existente há 17 anos, e realizado em parceria com as secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e de Pernambuco, visando a uma formação integrada profissionalizante ao ensino médio. “A gente forma jovens para a economia criativa e digital. A gente está falando de programadores de games digitais, de aplicativos, de soluções audiovisuais, animação. E por aí vai”, disse a gerente de Educação, Inovação Social e Comunicação do Oi Futuro, Aline Almeida.
O Decola é uma extensão desse programa, uma vez que busca conectar esses jovens, que já estão concluindo seu ciclo de formação, ou já estão recém-formados, com o mercado de trabalho. “A ideia é ter, em um dia inteiro, esse grande encontro de jovens quase formados, que estão desenvolvendo seus projetos e já pensam em propor soluções para o mercado, com profissionais que são feras nessa área de atuação, para que se conheçam e dialoguem entre si. Esse é o grande propósito do Decola: fazer essa conexão, essa troca mediada entre esses dois extremos, ou lados”, disse Aline.
A formação oferecida pelo NAVE se propõe a ser diferenciada. Isso porque, no programa, os jovens são formados tecnicamente em diversas áreas da indústria criativa e digital, mas, também, desenvolvem habilidades e competências que os preparam para esse novo mercado de trabalho e para essas novas configurações e realidades. O índice de empregabilidade para os jovens formados pelo programa alcança 86%, disse Aline Almeida. O restante decidiu investir na continuidade dos seus estudos. Segundo ela, 93% dos jovens formados no NAVE cursam, ou cursaram, universidades, em sua maioria públicas.
A primeira edição do Decola se estenderá até as 16h. A entrada é gratuita, mas os interessados devem retirar os ingressos neste link, onde a programação poderá também ser acessada. A programação conta com oficinas práticas com especialistas, rodas de conversa com profissionais do mercado de trabalho, palestras e exposição de 12 projetos desenvolvidos por estudantes do NAVE.