Com a distribuição por parte do governo federal suspensa há três anos, a Caderneta da Criança pode voltar a ser impressa e direcionada aos estados e municípios pela pasta ainda este ano. De acordo com a coordenadora de Saúde da Criança e do Adolescente, Sônia Venâncio, o ministério está “em vias” de fechar contrato com a empresa que ficará responsável por ambos os processos.
Ao longo dos últimos três anos, alguns estados e municípios chegaram a solicitar o arquivo da caderneta e arcaram com a impressão e distribuição. O problema, segundo a coordenadora, é que, muitas vezes, no intuito de reduzir os gastos, secretarias estaduais e municipais de saúde priorizam apenas as páginas onde são registradas as doses aplicadas na criança e os gráficos de crescimento, enquanto o conteúdo sobre desenvolvimento infantil não é contemplado.
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Uma em cada 10 crianças até 3 anos tem risco de baixo desenvolvimento.Organização destaca dependência do Brasil em produzir vacinas.Saúde com Ciência usará redes sociais para aumentar cobertura vacinal.“É uma perda muito grande”, avalia Sônia em entrevista coletiva, ao destacar que o material, como um todo, foi formulado de forma a incentivar a participação da família no cuidado com a criança nos marcos do desenvolvimento infantil. Segundo ela, a pasta planeja ainda capacitar profissionais da atenção primária para que a caderneta, uma vez retomada a distribuição, possa ser utilizada “em sua plenitude”.
Entenda
Todo cidadão tem direito à caderneta, instrumento que auxilia no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. No documento, constam os marcos de desenvolvimento neuropsicomotor, afetivo e cognitivo/linguagem para acompanhamento dos profissionais que atendem a criança. É nela que se registram as vacinas para proteção da saúde da criança. Há ainda informações sobre aleitamento materno, alimentação saudável, prevenção de acidentes e orientações sobre educação sem uso de castigos físicos, direitos dos pais e da criança, alertas sobre o uso de aparelhos eletrônicos e orientações para o estímulo ao desenvolvimento infantil com afeto.
O material contém espaços para registro de informações sobre programas de assistência social, educação e vida escolar, além de espaços mais detalhados para os registros das consultas de rotina e gráficos de crescimento para o acompanhamento de crianças nascidas prematuras.
A Caderneta da Criança teve a impressão e distribuição suspensas durante a pandemia de covid-19. A empresa com a qual o ministério havia firmado contrato, na época, alegou dificuldades para conseguir matéria-prima e, eventualmente, entrou em situação de desativação, o que causou o rompimento do contrato. “Tivemos de começar do zero”, explicou Sônia.