Com a presença de poucos líderes mundiais, a 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) foi oficialmente aberta nesta segunda-feira (11), em Baku, no Azerbaijão.
Na cerimônia, o ministro da Ecologia e Recursos Naturais do país, Mukhtar Babayev, assumiu a presidência da COP29, após o gesto simbólico em que recebeu o martelo para abertura das negociações climáticas, das mãos do sultão Al Jaber, que presidiu a conferência anterior nos Emirados Árabes Unidos, em 2023.
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COP29: Brasil apresenta nova meta de reduzir emissões em 67% até 2035.COP29: conheça termos e siglas usados nas negociações climáticas.COP29 começa no Azerbaijão em meio a incertezas sobre financiamento.Babayev deu início aos trabalhos de negociações com um apelo para que os países aumentem suas ambições pela redução das emissões de gases do efeito estufa e também para que destravem as negociações sobre financiamento para viabilizar as ações de enfrentamento às mudanças climáticas.
“Ao mobilizarmos o financiamento para o clima, permitimos ambições elevadas. E quando, em conjunto, damos sinais de maior ambição, criamos confiança para desbloquear maiores compromissos financeiros”, reforçou.
Ele lembrou que as políticas atuais adotadas pelos países já estão conduzindo o planeta a 3 graus de aquecimento e que as ações para desacelerar esse cenário catastrófico precisam ocorrer agora. “A mudança do clima já está aqui, desde casas inundadas em Espanha a incêndios florestais na Austrália, desde a subida dos oceanos no Pacífico a planícies áridas na África Oriental. Quer as vejamos ou não, as pessoas estão sofrendo nas sombras. Estão morrendo na escuridão. E precisam de mais do que compaixão, mais do que orações e burocracia. Estão a implorar por liderança e ação”, alertou.
Tecnologia
O ministro do Azerbaijão lembrou que é necessário ainda acelerar o trabalho para desenvolver e transferir tecnologia, para que estejam disponíveis a todos, em especial os mais afetados que vivem nos países menos desenvolvidos.
“Precisamos entregar o programa de implementação de tecnologia aqui em Baku. Dentro da agenda de ação da COP29, temos oportunidades para governos, setor privado, bancos multilaterais de desenvolvimento e todos fazerem sua parte”, defendeu.
O presidente da COP29 também discorreu sobre a transição energética e outras ações de mitigação dos gases do efeito estufa, além de destacar a importância da entrega pelos países dos planos nacionais de adaptação, que considerou crítica. “Eles orientam como compartilhamos a melhor tecnologia de transferência de práticas e apoiamos uns aos outros. Precisamos deles até 2025 para que possamos progredir até 2030”, disse.
Babayev destacou ainda que sucessos e fracassos sobre ações de enfrentamento aos problemas climáticos serão coletivos, e nenhum país é capaz de resolver o problema do aquecimento global sozinho. Lembrou também que todas as populações mundiais assistem e esperam a ação pelo clima.
“Eles estão esperando que mostremos liderança e eles não podem arcar com o custo do atraso. Então, vamos aumentar a ambição e permitir a ação. Vamos avançar em solidariedade por um mundo verde. E vamos trabalhar”, concluiu.
Delegações
Na plateia do plenário da zona azul, onde ocorre a programação oficial do evento, muitas delegações de negociadores estava presentes, mas os principais líderes mundias ou não participarão ou ainda estão a caminho de Baku, como o vice-presidente Geraldo alckmin, que participará nesta terça-feira (12) da Reunião de Alto Nível da COP29.
Também será nesta terça-feira a abertura dos pavilhões dos países, organizações da sociedade civil, instituições intergovernamentais e acadêmicas. Ainda em construção, a zona verde, onde todos podem participar, já teve um dia movimentado.
Pavilhões de países como a Alemanha, Brasil e França já estavam praticamente prontos e cheios de visitantes buscando informações sobre a programação. Alguns, já tinham atividades, como o da China, mesmo após a confirmação da ausência do presidente Xi Jinping. Já o pequeno pavilhão reservado pelos Estados Unidos, permaneceu vazio, sem muita movimentação.
* A repórter viajou a convite do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)