Tudo começou quando tinha doze anos, depois de um gravíssimo acidente. Fui atropelado em cima da calçada, pego pelas costas.
Esse acidente destruiu minha vida física e mental. Me levou a uma depressão profunda e a crises diárias de ansiedade.
Arrancou minha autoestima e virou minha vida de cabeça para baixo.
Hoje eu venci, mas jamais esquecerei como é ter ansiedade e depressão.
Ansiedade é não aguentar a ideia de tirar nota baixa em prova e não ter energia para estudar. Ansiedade é ficar incomodado com a bagunça, mas olhar e pensar “amanhã eu arrumo”. Ansiedade é fazer listas e listas com afazeres, mas no fundo saber que nunca fará as coisas de fato. Ansiedade é ter medo de ficar sozinho, mas acidentalmente se isolar. Ansiedade é precisar fazer tudo, mas não conseguir fazer nada.
Quero compartilhar os sinais que aprendi depois de tantos anos vivenciando as crises. Vivenciando a dor e o medo constante de que algo ruim poderia acontecer a qualquer momento, o tempo todo, mesmo quando tudo estava bem.
São informações úteis para você estar um passo à frente.
São informações úteis para cuidar de você ou de alguém que você ame.
Por isso, leia até o final.
Antes de um transtorno de ansiedade acontecer, você pode perceber uma certa irregularidade em seu sono. Segundo Lucas, isso acontece porque a mente não consegue desligar-se dos problemas. Com isso, sua energia entra em processo de redução, aumentando os riscos da crise ansiosa.
A Psicanalista Cristiane Maluf explica que a ansiedade eleva a produção de hormônios que afetam a musculatura. Com isso, a pessoa vive com dores, o que consequentemente afeta seu sono. É como um efeito dominó, onde um único sintoma quando não tratado é capaz de provocar diversos outros.
Para Lucas, quando estamos em estado de constante alerta, concentrar-se em nossas tarefas pode tornar-se algo difícil. Isto pode acontecer por uma autocobrança excessiva, ou então por grande pressão do ambiente externo.
A quantidade de medos em nossa mente faz com que ela não consiga focar-se em assuntos do cotidiano. O excesso de desatenção pode indicar a existência de um problema maior.
“Fases onde nossa mente resgata constantemente o passado podem indicar a chegada de uma crise de ansiedade”, afirma Lucas. Reviver traumas e problemas que já ocorreram pode ser um sinal de que algo está errado.
“Quando pensamos que deveríamos ter dito isso ou aquilo, ou feito as coisas de forma diferente, podemos desencadear uma crise de ansiedade”
explica Lucas
Segundo Lucas, preocupar-se demais mantém seu corpo em estado de alerta. Isto faz com que a mente crie um ciclo vicioso, em que o medo produzido pela preocupação alimenta os sintomas da ansiedade e vice-versa. Portanto, reduzir os pensamentos pessimistas, se possível, pode evitar a manifestação de crises ansiosas.
É comum que tenhamos dias em que estejamos de mau humor. Entretanto, quando isso se torna uma realidade constante, é preciso investigar as causas. Lucas aponta que a irritabilidade é um dos sintomas que antecedem uma crise. O ritmo acelerado da mente e a sensação de urgência podem fazer com que sua paciência se torne cada vez mais curta.
Para Lucas, é comum que algumas pessoas se sintam inquietas antes de uma crise. A respiração ofegante e a falta de ar costumam atingir seu pico durante o transtorno de ansiedade, entretanto, estes sinais podem ser sentidos ao longo dos dias em situações comuns, devido ao estresse que a condição causa.
A tontura e o formigamento são consequências da pressão psicológica que a ansiedade traz. A vertigem também é presente, o que pode causar sensação de desespero, que se desencadeia em uma crise ansiosa.
Em casos de extremos estresse, o corpo pode ficar debilitado, causando sensação de enjoo. O sintoma pode ser confundido com outra doença, mas segundo Lucas, isso pode ser um pedido para que sua mente desacelere um pouco.
A sensação de frio acompanhada por tremores pode indicar a chegada de uma crise. O corpo e a mente estão tão agitados que o estresse se reverba fisicamente em quem sofre de ansiedade.
Por conta do estresse constante, o corpo pode ter sua energia reduzida. Com isso, você pode notar que está cansado e sem disposição para realizar tarefas do dia a dia. Após períodos de estresse, é comum que o organismo se desacelere como uma forma de defesa.
Entretanto, caso a fonte geradora da ansiedade não seja eliminada, o quadro pode progredir para uma crise.
Este sinal está ligado ao medo e a preocupação em excesso que antecedem a crise de ansiedade. Quem está à beira de um colapso, pode sentir-se prestes a cair em um abismo. É como se estivéssemos constantemente ameaçados por algo que desconhecemos. A sensação, quando constante, pode desencadear um transtorno ansioso.
Em casos de ansiedade crônica, é importante buscar a ajuda de um especialista. Entretanto, Lucas alerta que a ansiedade é causada pelo o que está fora de nosso controle.
Por isso, é importante prestar atenção à respiração em momentos de angústia. Uma técnica que pode ajudar é a respiração diafragmática ou você também pode tentar acompanhar a respiração de alguém que esteja por perto.
Respirar tem uma íntima ligação com o emocional e, da mesma forma que o estado de espírito interfere na velocidade da respiração, é possível controlá-la para acalmar o corpo e a mente. Isso acontece porque a inspiração está relacionada ao lado ativo do sistema nervoso autônomo, enquanto a expiração conecta-se com o lado calmante.
Assim, a respiração atua de 2 maneiras para aliviar momentos tensos:
a) A primeira é fisiológica, pois a ansiedade nos faz respirar rápido de forma rasa e, ao controlar a inspiração, o corpo volta ao equilíbrio.
b) A segunda é emocional, visto que ao prestar a atenção na respiração, a pessoa foca no momento presente e a ansiedade é minimizada.
Indivíduos com transtornos de ansiedade em geral superestimam o perigo nas situações que temem ou evitam. O medo ou a ansiedade são excessivos ou fora de proporção. Você já conheceu alguma pessoa que não viaja de avião por que tem medo de acidente aéreo? Está sempre pensando que o avião vai cair? Já imagina até a cena de luto?
Um outro exemplo é alguém que passa por um procedimento ou exame médico simples e teme ter uma doença grave ou ficar incapacitado após o exame. Em casos mais extremos chega até a cogitar a possibilidade de morrer durante o procedimento.
Não faltam casos de pessoas que encontraram na comida uma solução para seus problemas emocionais. Ao menor sinal de preocupação você recorre ao brigadeiro, a um docinho ou qualquer outro alimento para aliviar a tensão. Em geral mastigam pouco o alimento, e ingerem grande quantidade de comida em pouco tempo.
Comer indiscriminadamente, sem fome, por ansiedade, estresse ou outra emoção negativa é um sinal de alerta. E cuidado, esta atitude também pode desencadear uma compulsão alimentar.
Somente ao pensar na necessidade de realizar uma apresentação para uma plateia, sinais como sudorese excessiva, mãos geladas, taquicardia, falta de ar e respiração ofegante aparecem. Esse medo pode estar relacionado às preocupações com o ego, receio de julgamento e a apreensão, aumentando a ansiedade.
O perfeccionismo é caracterizado pela insistência em estabelecer padrões altos e pela busca incansável em alcançar esses padrões. De fato, os perfeccionistas muitas vezes têm alto desempenho, mas o preço desse sucesso pode ser a infelicidade e insatisfação crônica. Pode estar fortemente ligado ao medo de errar e a comportamentos de auto sabotagem, como procrastinação. Como a perfeição é algo praticamente impossível de se atingir, pessoas perfeccionistas acabam sofrendo com a ansiedade por não conseguir atingir o objetivo estabelecido.
Um sistema muito afetado pelo estresse e ansiedade é o intestino. Dores, má digestão, mal-estar no abdômen, diarreia e azia são alguns desses sinais que podem causar incômodo. Ansiedade excessiva e estresse agudo podem alterar as funções intestinais por meio do sistema nervoso. Como consequência dessas alterações, podem surgir úlceras, gastrites, doenças inflamatórias e síndrome do intestino irritável.
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