Categories: Diversos

Procurador diz que existe seletividade na atuação policial – Agência Brasil

O procurador regional da República e coordenador do Grupo de Trabalho Interinstitucional contra o Racismo na Atividade Policial, Paulo Gilberto Cogo Leivas, afirmou que há uma “seletividade na atuação das polícias na questão racial”. Ele participou, nesta quarta-feira (16), do seminário Racismo na Atividade Policial: perspectivas e desafios, promovido pela Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional do Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro.

Segundo Leivas, o grupo de trabalho foi criado tendo em vista a realidade “muito triste” do nosso país e do mundo, que é o racismo estrutural e institucional. “Esse GT foi criado com o objetivo de identificar práticas do racismo institucional dentro das forças federais de segurança, propor medidas para eliminação dessas condutas discriminatórias e fomentar o debate público nas instituições policiais”, disse. “O problema é reconhecido pelas instituições. Não é admissível que as pessoas sejam tratadas de forma diferente pelo sistema de segurança pública em razão de sua cor, etnia ou gênero”, acrescentou.

Notícias relacionadas:

Anielle Franco anuncia comitê de enfrentamento ao racismo ambiental.Pais que lutam: eles combatem racismo e se multiplicam em amor.O coordenador do grupo destacou que é preciso trabalhar para que dentro das instituições policiais a participação de pessoas negras e mulheres ocorram em todos os espaços das carreiras, pois há uma predominância dos homens brancos nos cargos de chefia.

A pesquisa Perfil Racial dos Sistemas Prisionais e da Segurança Pública mostrou que 66,3% dos servidores em cargos de chefia na Polícia Federal eram brancos e 27,1%, negros em dezembro de 2021. “Brancos ascendem a cargos de chefia com muito maior frequência do que os não brancos. Há um claro branqueamento da chefia. Mesmo que a organização já tivesse políticas de ação afirmativa nos concursos, as chefias ainda não estavam na mesma posição”, disse a coordenadora do estudo, a professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Jacqueline Sinhoreto.

A diretora de Ações Governamentais da Secretaria Executiva do Ministério da Igualdade Racial, Ana Míria Carinhanha, defendeu o letramento racial na formação dos agentes de segurança.

“Como tem se dado as formações, como tem se dado o letramento racial dentro da instituição, como tem se dado a composição dos quadros, dos concursos, existem políticas de cotas, existem outras políticas afirmativas, existe o acompanhamento dessas políticas para saber se estão sendo efetivadas, existe dentro da instituição um plano de carreira voltado para que as pessoas negras estejam também na cúpula, na tomada de decisão?”, questionou Ana Míria.

A reportagem entrou em contato com a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro para obter posicionamento sobre o recorte de gênero dos cargos de chefia e aguarda um posicionamento.

Share

Recent Posts

Guilherme Queiroz marca e Brusque derrota Amazonas na Série B – Agência Brasil

O Brusque se valeu do fator casa para derrotar o Amazonas por 1 a 0,…

26 minutos ago

Academia Brasileira de Letras inaugura mural de Machado de Assis – Agência Brasil

Um recorte da vida do escritor Machado de Assis passa a fazer parte da fachada…

5 horas ago

STF prossegue com conciliação do marco temporal após saída da Apib – Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou nesta segunda-feira (9) mais uma audiência de conciliação sobre…

5 horas ago

Episódio de série sobre circo da TV Brasil é premiada em Portugal – Agência Brasil

O episódio Vida de Circo, da série Circos, exibida pela TV Brasil em 2022, foi…

5 horas ago

Rock in Rio gera R$ 2,6 bilhões para a economia fluminense – Agência Brasil

Um balanço dos sete dias do Rock in Rio indica que o festival gerou R$ 2,6…

5 horas ago

Governo federal inicia projeto para levar CEP para periferias – Agência Brasil

O governo federal iniciou, na capital paulista, um projeto piloto para levar a formalização de…

5 horas ago